Descriçao Arqueológica

Ponte de tradição arquitectónica medieval, lançada sobre o rio Rabagão numa garganta estreita e escarpada, servindo a antiga via de penetração no baixo-Barroso ao longo do vale do Cávado. Notável pelas características da sua implantação, chega a parecer uma construção frágil, por contraste com o vigor dos relevos e vegetação exuberante que a envolvem. É porém uma obra de excelente execução, solidamente assente nas paredes graníticas das margens.Tem um só arco (Conjunto de aduelas formando uma estrutura arquitectónica curva que cobre um vão. A forma mais característica no românico é o arco de volta perfeita) de grande amplitude, quase de volta perfeita, sem qualquer contrafortagem, apresentando no intradorso os encaixes do cimbre.

O tabuleiro, em cavalete, com guarda pétrea ajuzante, é estreito e lajeado, desviando-se do alinhamento do arco no topo Sudoeste. O aro do arco apresenta um aparelho (Modo de construir com recurso a elementos de forma geométrica, cuja disposição e tratamento tomam várias designações)de grande qualidade mas menos cuidado nos paramentos que suportam o tabuleiro sobre as margens.
Podendo não ser uma construção cronologicamente medieval, revela características técnicas e formais dessa época, substituindo talvez uma ponte mais antiga que a via que por aí passava exigiria. Ao significado histórico (por aí retirou o marechal Soult em Maio de 1809, com combates sangrentos na passagem da ponte), junta-se a espectacularidade da sua implantação, que lhe mereceu o epíteto popular de "Ponte do Inferno". O monumento e a envolvência paisagística apresentam-se muito bem conservadas.
Interpretação:
Ponte de fundação medieval.
Interesse Arqueológico:
Para além do inegável valor patrimonial do monumento, a ponte da Misarela detém um inegável significado histórico-cultural regional.
Classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 42 007, de 06 de Dezembro de 1958.
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